Saúde da mulher é tema de pesquisa para os acadêmicos de Enfermagem da SMG
No mês de março comemoramos o mês da Mulher, porém essa data ainda está longe de ser festiva. Os números da violência contra a mulher nos dão um cenário de perversidade e fragilidade social, que mesmo com o debate público, ainda evidenciamos a desigualdade de gêneros na nossa sociedade.
Em 2018, foram registrados 4254 homicídios contra mulheres, sendo a taxa de homicídio feminino, no Brasil de 4 mulheres mortas a cada 100mil. Essa taxa é 74% maior que a média global de homicídios femininos (UNODC – Escritório das Nações Unidas para Crimes e Drogas).
Durante as aulas da disciplina “Saúde da Mulher” do curso de Enfermagem, utilizando a Metodologia da Problematização, discutimos as Políticas Públicas voltadas às mulheres, na tentativa de descrever quem é a mulher e por que a diferença entre gêneros, não somente no campo da violência.
A discussão começou após a leitura do resumo do artigo intitulado “Saúde da mulher e práticas de governo no campo das políticas públicas” de Betina Hillesheim e seus colaboradores, publicado na Revista “Psicologia em Revista”, no ano de 2009. Os alunos fizeram os apontamentos e questionamentos, levantavam repostas para os questionamentos e faltava comparar o que foi aprendido na teoria com o que realmente é realizado na prática, em relação às políticas públicas em nosso município.
Os alunos do 5º e 6º períodos do Curso de Enfermagem foram a Secretaria de Saúde de Maringá para discutirem sobre as Políticas Públicas voltadas às mulheres e foram recebidos pela enfermeira Lucineia da Silva Lucas, responsável pela Assistência a Saúde da Mulher, Criança e Adolescente no município de Maringá, para uma manhã de conversa.
Foi discutido sobre os protocolos utilizados no município, bem como quais as ações são promovidas e desenvolvidas para as mulheres.
Esclarecemos o que são e como são determinadas as metas propostas pelas Unidades de Saúde, tais como a coleta do exame preventivo do câncer do colo de útero. A enfermeira Lucineia trouxe documentos do Ministério da Saúde e mostrou aos alunos como é realizada a gestão da saúde da mulher.
Os alunos perguntaram sobre o atendimento em relação a contracepção, a gestação, ao parto e discutimos sobre o direito da mulher sobre seu corpo.
Outra questão levantada foi a existência de políticas voltadas ao público LGBT: “Ainda estamos no começo da discussão das políticas voltadas para essa população, mas temos grupos mensais de discussão, com presença de representantes dos LGBTs e uma reivindicação do grupo é o direito pelo uso do nome social no Sistema de Saúde do município, e isso é algo que tem acontecido” refere Lucineia.
Após uma manhã muito produtiva de conversa, percebemos que a mulher, para a saúde brasileira, ainda é resumida a mamas, útero e anexos. Percebemos que muito é feito para o combate e prevenção das mortes entre as mulheres, mas ainda temos muito a crescer e a oferecer para a população feminina.
Os alunos propuseram uma discussão semelhante em relação a violência física, psíquica e moral contra as mulheres e essa será nosso próximo assunto.
Agradecemos a Secretaria Municipal de Saúde, na pessoa da enfermeira Lucineia da Silva Lucas, que gentilmente recebeu nossos alunos e contribuiu com sua experiência para a formação e enriquecimento destes.
Por Kelly Cristina Suzue Iamaguchi Luz
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